Parto domiciliar é seguro?
- sobreparto
- 31 de out. de 2023
- 2 min de leitura

Enquanto Coletivo, já fazemos mais de 10 anos de assistência ao Parto Domiciliar Planejado. Desde sempre buscando oferecer, além da assistência, informações de qualidade, sobretudo pra suprimir os tabus que atravessam o parto em casa.
Num movimento nacional de fortalecimento desse modelo assistencial, viemos aqui reforçar sobre a segurança do PDP. Mostrar que nossa pauta é alinhada à ciência, que existem evidências de boa qualidade demonstrando que é seguro parir em casa, desde que atendendo aos critérios de elegibilidade, também bem definidos pelos estudos.
Precisamos divulgar que a ciência apresenta resultados positivos para a escolha do local de parto fora de um hospital, como aumento da autonomia da mulher, diminuição de intervenções e o impacto na redução de custo do sistema de saúde (e mais).
Demonstram que não há diferença significativa entre taxas de morbimortalidade materna e fetal ao se comparar locais de parto domiciliar versus hospitalar, e aqui um alerta importante: nenhum estudo apresenta risco zero! É importante compreendermos que em gestação de baixo risco, independente do local de parto, a taxa de mortalidade fetal varia de 1 a 3 bebês a cada 1000 partos.
Coerente deixar registrado que esses estudos comprovam que há pouco interesse político na ampliação do modelo de parto domiciliar. Fundamental trazer isso aqui, pois comumente vemos o parto domiciliar como um tema polêmico trazendo a segurança à prova, contrariando as evidências e reforçando o modelo hegemônico atual.
Então, escolher parir em casa é opção, porque o parto domiciliar planejado, com equipe capacitada e preferencialmente com uma retaguarda bem integrada, é seguro.
Se é o melhor lugar para parir? Essa resposta é individual, porque o melhor lugar é onde se sinta confortável e bem assistida, isso chama-se respeito às ESCOLHAS. E é dever de todos, inclusive do Estado, prover recursos que assegurem a possibilidade de escolha às mulheres, porque escolher é, antes de tudo, usufruir de um direito sexual e reprodutivo.
Referências:
Daviss BA, Anderson DA, Johnson KC. Pivoting to Childbirth at Home or in Freestanding
Birth Centers1 in the US During COVID-19: Safety, Economics and Logistics. Sec Gender, Sex and Sexualities. 2021. Disponível na íntegra em: https:// www.frontiersin.org/articles/10.3389/ fsoc.2021.618210/full
Rossi AC, Prefumo F. Planned home versus planned hospital births in women at low-risk pregnancy: A systematic review with meta- analysis. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2018. Disponível na íntegra em: https:// pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29408739/
Scarf VL, Rossiter C, Vedam S, Dahlen HG, Ellwood D et al. Maternal and perinatal outcomes by planned place of birth among women with low-risk pregnancies in high-income countries: A systematic review and meta-analysis. Midwifery. 2018. Disponível na íntegra em: https:// www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0266613818300974?via%3Dihub
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